30.9.06

"O Sol há de brilhar mais uma vez, a luz há de chegar aos corações"

Nunca acreditei que eleição mudasse o mundo. Acho que sempre tive um instinto meio anarquista. Enquanto as pessoas ao apertar umas teclas de quatro em quatro anos transferirem sua responsabilidade para outrem e passarem o resto da vida inertes, não adianta, nada vai mudar. Enquanto o voto nulo for a única forma de protesto adotada, não adianta, nada vai mudar. Não adianta, nada vai mudar enquanto toda a esperança ou desesperança girar em torno do processo eleitoral para uma instituição falida, viciada e corrompida que é o Estado. É em nossa prática cotidiana que a gente constrói um outro mundo. É o que adianta. É o que pode mudar. Ninguém transforma o mundo sem se transformar a si mesmo. Tem uma frase não me lembro de quem que diz algo mais ou menos assim: quem fala em revolução e não a pratica em seu cotidiano traz na boca um cadáver. É o que eu penso dos meus queridos companheiros revolucionários de gabinete, que bradam a revolução aos quatro cantos do mundo com seus punhos erguidos, mas esquecem de revolucionar a sua própria casa. Têm hálito de cadáver quando falam. Bom, tá dado o meu recado. Amanhã é um dia. Mas o amanhã se faz dia-a-dia. Não aposto todas as fichas na eleição. Mas também não a descarto. Se der pra eleger alguém que possa contribuir... Vamos lá! Vou investir no PSOL. É o que há de novo. O PT eu já tentei. Não deu. Seguem minhas apostas:

Presidente
Heloísa Helena - 50


Governador
Milton Temer - 50

Senadora
Jandira Feghali - 651
(Abro uma exceção p/ ela, apesar do PCdoB)


Deputado Federal
Chico Alencar - 5050

Deputado Estadual
Paulo Eduardo Gomes - 50001
ou Marcelo Freixo - 50123


Obs.: Não sou contra o voto nulo, absolutamente. Se houver segundo turno pro Governo do Estado, entre Sérgio Cabral e Marcelo Crivela ou Denise Frossard, voto nulo com convicção.

27.9.06

Quarta. Contabilidade: 4 chicletes na segunda, 2 chicletes na terça. Hoje vou mascar só um, à noite. Por conta disso, já tive uma crise braba de abstinência regada a lágrimas entre risos digna de uma boa TPM!... Isso porque nenhum acumpunturista da Unimed pode me atender. Aí eu fiquei pensando, que merda, o mundo também não colabora! Aí eu chorei que nem uma idiota e fiquei rindo da minha cara de idiota. Foda-se! Amanhã não vou mascar chiclete nenhum. Vou passar mais tempo na academia.

26.9.06

Manhã de terça. Café puro (puro não de sem açúcar, mas de sem cigarro). 1h de alongamento. 1h de dança de salão. 2h mascando a mesma goma de nicotina que desde a primeira mordida já tem gosto de goma mascada por 2 horas. + 1h de leitura. algumas horas de trabalho. 10 refeições por dia. 8h de sono. E já serão 48 horas como ex-fumante!

25.9.06

O dia das privações

Manhã de segunda-feira. Compro uma caixa de Nicorette e vou malhar. Inacreditável, eu sei. Mas eis a minha manhã de segunda-feira. Goma de nicotina e 30 min. de bicicleta ergométrica.
A goma de nicotina é uma bela porcaria. R$33 uma caixa com 30. Exatamente 11 vezes mais caro que uma caixa de cigarro com 20. Então, além de me controlar pra não fumar, eu ainda fico me controlando pra não mascar a porcaria da goma, pq é muito cara. O sabor de menta passa longe. Tem gosto de chiclete mascado que já perdeu o sabor. E eu continuo com vontade de fumar. Bela porcaria!
A Master é que é uma maravilha! Vc paga um valor fixo de mesalidade e pode fazer o que quiser, na hora que quiser, quantas vezes quiser. Uma academia self service. E além de musculação, ergometria e ginásticas dos mais variados tipos - bodys, powers e afins -, ainda tem alongamento, yoga e dança de salão!... Tem até boxe tailandês!... Vamos ver quanto tempo dura esse meu entusiasmo... Meu recorde de permanência em academia até o momento é de um mês, e isso há não sei quantos anos atrás! Vamos ver se com dança de salão e boxe tailandês eu consigo quebrar meu recorde...
Pra fechar a manhã, ainda encurtei mais um pouco os cabelos.
Me sinto mais leve. Uma pluma.
Uma pluma mascando um chiclete sem gosto morta de vontade de acender um cigarrinho.

24.9.06

musifest 2

nada aguardo
nem me guardo
eu me deixo compor
ou descompor
nos acordes
de teus dedos

musifest

o som do sax
um trago do Red Label
ou do Carlton Red
tudo me esfumaça
nessa noite embriagada
de vermelho sangue
puro sangue
puro som

23.9.06

Dia novo, vida nova. Houve um tempo que eu fiz terapia. Eu pagava pra chorar no ouvido de alguém que não podia se queixar das minhas lamentações. Achava curiosa essa relação. Mas, enfim, eu estava mal. Achei que pudesse me ajudar. Com o tempo, eu estava me sentindo ótima. A caminho da terapia, quase uma hora de van (era em Botafogo - e pra 50min. de sessão!), eu ia pensando o que dizer, tentando inventar um drama interessante. Não tinha nada de relevante pra falar. Me sentia bem. Me sentia feliz. Fechei a conta e não voltei mais. Não sei se foi a terapia ou o tempo que me ajudou. Acho que foi o tempo. Nunca mais fiz terapia. Quer dizer, faço ao meu modo sem gastar um tostão. Eu choro, eu escrevo, eu desabafo, deixo o tempo passar e de repente me sinto ótima. Nem lembro mais por que eu chorava e quando leio as linhas dramáticas e derramadas que escrevi, caio na gargalhada.
Eu também gosto de dar umas reviravoltas na minha vida. Dar uma sacudida pra ver se ela se ajeita de outro modo. Ela sempre se ajeita de outro modo. Não há motivos pra desespero. Quando vc chega no fundo do poço, vc pode dar impulso pra subir. É clichê, eu sei. Mas é verdade. O pior é ficar planando no meio do poço. Ah, não, isso não! Odeio meios termos. Não há nada pior do que o mais ou menos. Do que o mais ou menos acomodado. Eu não consigo me acomodar ao mais ou menos. Pra mim é ora menos, ora mais. E já tá mais que na hora do ora mais!
Esta semana foi exaustiva no trabalho e emocionalmente desgastante. Uma semana de trabalho e solidão. De falta de companheirismo de onde ele mais devia brotar. Ontem eu quase vim do trabalho pra casa, descansar de tudo. Mas quase que por inércia eu fui levada a ficar na rua. Um amigo foi me buscar no trabalho, porque queria conversar sobre um projeto. Fomos pro bar. No meio do caminho tinha o show da Pop Goiaba. Fui lá dar um abraço no Cláudio Salles, esse gigante que invade os quintais e sacode as goiabeiras pra manter uma rádio livre no ar e agitar a vida cultural dessa pacata cidade provinciana que é Niterói. Curti o show do Fred Martins, que é sempre um encanto! Aí encontrei uns amigos da época do movimento estudantil que eu não via há séculos e acabei me animando pra ir à festa do Marcelo Freixo, candidato a deputado estadual pelo PSOL, na Estudantina. A festa em si era uma droga. Uma ploc mal desenhada. Mas encontrei tantos amigos queridos por lá que me senti recompensada. Tomei um copo de whisky e vim embora pra casa, bem mais leve e levemente embriagada.
Hoje acordei com vontade de mudar. Dar aquela sacudida de que falei. Cortei o cabelo curtinho. É o primeiro passo. A primeira coisa que mudo na minha vida é sempre o cabelo. O resto acompanha o movimento das madeixas. (Em maio, quando me formei, cortei franja. Acho que queria me sentir mais nova.) Agora elas estão curtas e leves, da cor natural, com o repicado rebelde de sempre. Já tive os cabelos ruivos, louros, negros... Agora ele está todo no castanho natural, pq cortei o que restava de tinta preta desbotada nas pontas. Tá tão natural que eu senti vontade de parar de fumar. Já testei meu limite hoje, mas lembrei que à noite tenho um queijos e vinhos e os vinhos me suscitarão cigarros. Amanhã tomarei umas cervejas no aniversário do meu ex-namorado. Então, paro de fumar na segunda. Segunda é o dia das privações. Então, vou também entrar numa academia de ginástica. Ah, vou! Desta vez eu começo o verão com cinturinha de pilão. E hálito de pasta de dente. E sem aparelho, pq o meu ortodontista me prometeu. Enfim, vou me sentir mais bonita e mais saudável. E mais forte pra pegar impulso lá do fundo e subir renovada!... É como eu estava dizendo: Cabelo novo, vida nova!

Ah, se eu morasse em São Paulo!...

Saudades dos poetas lindos que conheci em Paraty!... Caco, Berimba, Pedro... Vontade de ouvir a poesia maloqueirista com aquele sotaque que eu tanto desgosto... Eles fazem o C.A.I.-MAL, que me cairia muito bem este fim de semana se eu pudesse estar em São Paulo. A filipeta segue abaixo e tem um link aqui do lado. Se algum paulista visitar este blogue, fica a dica.

22.9.06

Estou abraçada por uma solidão melancólica e fria, uma solidão tão cheia de tudo, tão exausta... mas não é uma solidão desesperada, é uma solidão calma, serena, quase doce, uma solidão resignada e triste de diário perdido num pequeno baú esquecido no sótão de uma enorme casa desabitada. Uma solidão reconfortante de matéria inanimada. De desgaste. De erosão. Se me fosse dado escolher, me deixaria de bom grado corroer por esta solidão até atingir a inexistência plena. Não ser nada. Aniquilar a minha existência de todas as consciências alheias. Aniquilar-me a consciência da minha própria existência. Ser o não-ser. Extremar a solidão até um clímax de pura anestesia.

20.9.06

Hoje e Sexta

Hoje tem Ratos di Versos, mas eu não consegui colar a filipeta aqui. O link tá aí do lado pra quem quiser conferir.

Sexta tem show de Re-volta da Pop Goiaba. Segue abaixo o e-mail do Cláudio Salles com as coordenadas:

SHOW RE-VOLTA DA RÁDIO POP GOIABA

FAROFA CARIOCA _ CLAUDIO SALLES & OS @LIENSFRED MARTINS - MARACABOCLO – DINO RANGEL E MAZINHO VENTURA – SARAVÁ GROOVE – RENATO ROCKET – CHARLES TEONY ( Ex Mundo Livre ). PATRÍCIA BOECHAT.

Local
Praça de São Domingos
Dia
Sexta 22 de setembro de 2006
Horário
18 HORAS

INVADINDO OS QUINTAIS E SACUDINDO AS GOIABEIRAS

Um espetáculo de diversão e diversidade com muito Rock, MPB, Jazz , Samba Funk, Mangue Eletrônico e Regional . Este é o grito de liberdade e diversidade que marca a volta da Rádio Pop Goiaba UFF, recebendo os calouros da UFF, na entrada da primavera de 2006.

Já tendo lançado em 2000 um cd pelo selo Niterói Discos, o Movimento Pop Goiaba nascido dentro do bairro universitário de Niterói, São Domingos, completa 8 anos de atividades culturais, tendo inclusive ganho um prêmio de Direitos Humanos pela sua luta em defesa da Democratização dos Meios de Comunicação no Brasil .

A Rádio Pop Goiaba UFF, é um projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense, ligada à Proex e ao NUFEP, está de volta em 105,9 FM e também pela Internet no endereço : www.radiopopgoiaba.uff.br, graças a uma parceria com a Fundação Euclides da Cunha e ao NTI .

A festa que acontece precedendo as eleições ganha um toque de protesto, pois apesar da rádio já ter a tua concessão assinada pelo Presidente Lula, ainda enfrenta processos judiciais de crime contra as telecomunicações, e multas de mais de R$ 2000,00 ( dois mil reais), tendo inclusive seu presidente o músico, jornalista e professor universitário Claudio Salles que prestar depoimentos na Polícia Federal. no próximo dia 3 de outubro. A festa que tem todos estes ingredientes promete ser um grande ato pela Democratização dos meios de Comunicação ( Rádio e Tv Digital) , pelas Rádios Comunitárias, pelas Universitárias ( que não existem no Rio de Janeiro), Contra o Jabá e por uma política pública Municipal de Cultura que atenda também os artistas da cidade e não só aos projetos "internacionais" da prefeitura de Niterói.

O Show terá início às 18 horas com a seguinte programação :

1) Abertura ao som do Mangue eletrônico do grupo Sarava Groove do Rio de Janeiro : composto por Leo Tuchermann – Guitarra e arranjos. ( ex: colorama – Bossa Cuca Nova), Maurício Braga – Batera.( Batrista da Lan Lan e Moinho da Bahia ), Dj Ciro – grooves e percussão. ( Dj Produtor Favela Chic) e o percussionista Bruno Carrera (do grupo Salvatore).

2) Jazz Brasil com o guitarrista Dino Rangel e o baixista Mazinho Ventura . Dino Rangel foi aluno dos guitarristas Mike Stern e John Abercrombie, gravou com nomes como Helmir Deodato e Itamara Koorax e Simone Guimarães. Mazinho Ventura foi baixista de Ivan Lins, Beth Carvalho, João Donato, Marcos Vale , Marcio Montarroios, e Heitor Tp, entre outros .

3) Um dos maiores ícones da nova MPB, Fred Martins não poderia faltar a esta festa já que é um dos principais fundadores do Pop Goiaba e abriu em 2000 o cd coletânea do Movimento.

4) Cláudio Salles & os @liens . principal articulador do Pop Goiaba o compositor, guitarrista cantor apresentará algumas das músicas que estarão no seu cd de estréia que será lançado ainda este ano. Dentre os @liens convocados para a apresentação já estão confirmados o baterista Ayres dÁthaide ( Canamaré), Johanne Russel nos Vocais, Daniel Boechat (Percussão) , mas o ainda contará com várias participações como de Charles Teony ex integrande do Mundo Livre, Também do Baixista Renato Roqueti e das cantora Patrícia Boechat e Ana Paula Guadagnini.

5) Farofa Carioca – Um dos grupos mais revolucionários da música carioca dos últimos anos, esta banda que lançou o cantor Seu Jorge e apresentou uma sonoridade especial de Samba Funk na MPB, vem à Niterói na base do 0800 para confraternizar com os músicos do movimento e apresentar em primeira mão algumas das músicas que estão sendo gravadas para o novo cd.

6) Encerrando a festa no meio da multidão o grupo Maracaboclo promete botar a Multidão para dançar, apresentando a grande música regional brasileira de Pernambuco.

Além dos shows musicais também estão previstas as participações de Malabares ,de vários djs, e também de outros movimentos culturais como ARTE JOVEM BRASILEIRA

17.9.06

corro entre gente que eu não sei o nome que eu não vejo o rosto que eu não sinto a dor que eu não sei de nada nem quero saber quem sabe que a pressa é a alma dos nossos negócios a nossa alma perdida entre o preto e o branco de pedras portuguesas calçadas descalças de passos leves livres soltos...
meus passos solteiros se vão casados com o tempo marcando a cadência da decadência se perdem no vão entre o ir e o para o deslugar algum...
meus passos pesados afundam o asfalto me afundam no mar de piche avançam o sinal sempre verde verde verde sem esperança...
eu corro descarregando a descarga elétrica que eu tomo na veia pico na veia todo dia todo me pico em espasmos epiléticos...
eu passo meus passos para o passado para o passado para o passado eu passo para o passado que o presente não me apresenta o futuro o futuro a Deus pertence e Ele também não há quem me apresente...
quando eu chegar lá onde quer que seja no meu passo apressado entre vultos passados sem nome sem rosto sem nada atravessada por ruas avançada por sinais desterrada por aterros tragada por fumaça náufraga no mar do tempo em ressaca... quando eu passar por lá a vida passou por mim e eu corria tanto que nem vi...
mas eu paro. de repente. sem aviso prévio. eu paro o tempo. encaro seus olhos de furacão. indago seu nome. questiono a que veio. para onde me leva? não vou mais com você. é você quem vai comigo. e eu sigo afundando passos leves na areia... um cafuné de brisa me emaranhando os cabelos... o mar me beijando os pés...
se eu já sei para onde vou? não. ainda não. talvez nem nunca saiba. mas ao menos eu sei como!...

10.9.06

O fabuloso kit de blindagem!

há os que blindam carros, casas, cápsulas corporais
porque balas perdidas podem nos sangrar o corpo
mas há, sobretudo, os que blindam corações
para que crianças perdidas não os sangrem a alma

eu sangro um tanto de tudo!

5.9.06

Um diálogo entre mim e eu

- O que você é?
- Poeta, e você?
- Eu sou o Pateta, prazer.
- O do desenho animado?
- Não, daqui mesmo.
- Cê tá maluca? Pateta é um personagem!
- Como assim? Eu existo.
- Tem certeza?
(pausa)

- ...Não, e você?...

1.9.06

Rato bom é rato vivo!

p/ todas as ratas e ratos di versos

Certa vez, matei um rato. Quer dizer, participei de sua morte. Foi preciso montar um esquema de guerra para aniquilá-lo! Minha primeira reação à aparição daquele inseto asqueroso (sim, eu sei que rato não é inseto, mas essas classificações da biologia não me servem, já que ele se aproxima mais de uma barata do que de um mamífero qualquer!), pois minha primeira reação foi subir na cadeira e gritar, tal qual eu sempre havia visto nos desenhos que animaram minha infância!
– Um rato!
– Um rato!
- Ali!
- Ele foi por ali!
Tínhamos acabado de chegar, eu e meu namorado. Os outros rapazes que moravam com ele na república deviam estar ainda na faculdade. Pois foi meu namorado à caça do bichano pelos quartos, enquanto eu ululava sobre a cadeira da sala de jantar. Durante um bom tempo ele revirou o quarto à procura daquele invasor indesejado. Achou num dos quartos. Mas não conseguia pegá-lo. Ele pulava e soltava uns ganidos, uns guinchos estridentes, era muito ágil e perspicaz, seu corpo mole se adaptava a qualquer buraco em que se escondia naquela fuga desesperada. Respirei fundo, tomei coragem, e resolvi ajudar na captura. Os outros rapazes foram chegando e ajudaram a montar a estratégia de guerra. Arrastamos todos os móveis para o fundo da sala, formando um corredor e liberando a passagem para a porta da rua; fechamos as dos demais cômodos. Então seria mole. Era só fazer com que o bicho saísse do quarto e ele só teria um caminho: o da porta pra fora!
Enquanto uns se empenhavam em fazê-lo sair do apartamento, outro aguardava no corredor do prédio com uma vassoura. Eu subi no sofá do lado da sala que estava protegido pela barricada e lá fiquei observando a movimentação dos soldados. Pois não é que o bicho ao sair do quarto deu um salto acrobático digno de Daiane dos Santos, ultrapassou a barricada e foi se enfiar no meio dos entulhos todos que arrastamos para o fundo da sala?! Ao passo que ele pulou pra cá, eu pulei pra lá soltando também meu guincho estridente! Caralho, e agora?!
Foi mais uma hora pra fazer ele sair de lá. E eu já no corredor do prédio pronta pra correr, pude presenciar o momento exato em que ele meteu as fuças pra fora e foi certeiramente golpeado pela vassoura, voou alto, bateu no teto e caiu no chão em espasmos fatais. Mas rato é que nem mosca na sopa, “cê mata um e vem outro em seu lugar”. E não é que hoje eu me deparo com outros ratos?! Ratos vivos, muito vivos! Não insetos! Mamíferos, que mamam em muitas fontes. Ratos ágeis, perspicazes, como aquele. Ratos duros na queda, que se enfiam em qualquer buraco, que fazem inúmeras acrobacias e fazem ecoar seus bramidos. Ratos que me fazem subir na cadeira e gritar. Não de medo, pavor ou asco. De alegria! Ratos que me fazem gritar poesia...
Obs.: Cada clique num "rato" dá no blogue de um rato, e clicando em qualquer "ratos", dá no blogue dos Ratos di Versos.